Lastro ferroviário de granitos e rocha básica em regiões tropicais: relações entre petrografia, propriedades físico-mecânicas e de alterabilidade
DOI:
https://doi.org/10.14295/transportes.v29i2.2369Palavras-chave:
Ensaios tecnológicos, Micro-Deval, Alterabilidade, Imersão em etilenoglicolResumo
O objetivo deste trabalho foi avaliar, de modo comparativo, a evolução desta degradação em três tipos de rochas, dois granitóides e um microgabro os quais, eventualmente, podem ser utilizados como lastro, devido à proximidade das pedreiras ao traçado de uma ferrovia a ser construída entre São Paulo e a região de Campinas (SP), região sudeste do Brasil. A alterabilidade das rochas foi testada utilizando-se soluções de sulfato de sódio e de etilenoglicol. Com base em análises petrográficas detalhadas, ensaios Micro-Deval e de abrasão à umido (“Slake durability test”) foram realizados conjugados ou não aos referidos ensaios de alterabilidade. Os resultados são pontuais, válidos e positivos para as amostras dos maciços rochosos cuidadosamente selecionados e descritos, considerando as diferentes características dos granitóides pertencentes aos Complexos Morungaba e Cantareira. No caso da rocha básica, o microgabro, não deve ser usada como lastro na região estudada, de clima tropical, pois os fragmentos expostos que constituem o lastro são intensamente afetados pelo intemperismo químico (notadamente reações aceleradas pela água e temperatura), culminando na decomposição dos minerais primários e, consequentemente, na degradação físico-mecânica mais rápida desta rocha. Na prática, manutenções periódicas mais frequentes e de custos mais elevados.
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