Acessibilidade, mobilidade e participação em atividades em conjuntos habitacionais de Fortaleza
DOI:
https://doi.org/10.58922/transportes.v33.e3057Palavras-chave:
Acessibilidade urbana. Mobilidade urbana. Desigualdades socioespaciais. Conjuntos habitacionais.Resumo
Diante da crescente demanda habitacional para a população de baixa renda, políticas públicas têm priorizado a construção de conjuntos habitacionais em regiões periféricas, caracterizadas pela escassez de infraestrutura e pelo acesso limitado a oportunidades de emprego e lazer. Este artigo busca analisar os padrões de acessibilidade, mobilidade e ambiente construído em conjuntos habitacionais, utilizando o município de Fortaleza como estudo de caso. A metodologia se baseou no cruzamento de dados secundários de diferentes fontes, incluindo a pesquisa OD domiciliar 2019, e em indicadores representativos dos fenômenos abordados, explorando cinco regiões da cidade. Os resultados revelam variações significativas na mobilidade, na estrutura urbana e na acessibilidade entre as regiões, destacando as porções Nordeste, Sudeste e Sudoeste do território urbano. Essas disparidades reforçam a urgência de políticas públicas que promovam uma melhor integração entre uso do solo e transportes, a fim de mitigar os efeitos das desigualdades socioespaciais na acessibilidade.
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